Cigarro e câncer: Pare de fumar agora mesmo!

Olá, meu nome é Paola, em 2018 acompanhei meu marido na luta contra o câncer. Segundo os médicos o câncer dele não foi causado pelo cigarro, mas eu tenho certeza que se ele não tivesse fumado, com certeza não teria adoecido. A mãe dele morreu de câncer de pulmão aos 57 anos, mas isso não foi o suficiente para fazê-lo abandonar o vício, tinha ideias fantasiosas, afinal ele era muito parecido com o pai, que fumou por 70 anos.

Estamos em 2020 e todos malefícios do cigarro são amplamente conhecidos. O tabagismo aumenta muito as chances de alguém contrair câncer, por que ainda se fuma? 

Somos uma somatória de aprendizados, de experiências e durante muitos anos o cigarro era sinal de charme e de status, as cenas mais marcantes do cinema estavam envoltas em glamour e nuvens de fumaça do cigarro dos galãs! Nos filmes de faroeste, os mocinhos, antes de sacar a arma e acertar o bandido, dava a última tragada antes de jogar o cigarro de lado. E as propagandas? Quem não gostaria de viver todas aquelas aventuras mostradas nos 30 segundos de duração de um comercial?

Já desde 2000 as propagandas de cigarro foram proibidas e a carga tributária aumentou muito o preço final, hoje chegando a mais de 65% do preço final, com o intuito de barrar o consumo. Mais recentemente, leis limitam o consumo de cigarro em locais públicos, as placas “É proibido fumar” se proliferam.

Até a década de 70 se fumava em hospitais, elevadores, ônibus, até dentro de escolas.

Mesmo com todas as limitações e conhecimento, pessoas continuam a fumar. A conscientização é a melhor arma no combate ao tabagismo. Com essas ações a taxa de fumantes no Brasil vem caindo consideravelmente a cada ano, mas mesmo assim ainda é muito alta. 

A ideia aqui é alarmar mesmo, a lista das possíveis doenças causadas pelo tabagismo é assustadora, além de causar a maioria dos tipos de câncer, fumar continua sendo a maior causa evitável de doenças que levam à morte. Mais que praticar exercícios, mais que fazer dieta, parar de fumar diminui acentuadamente o risco de contrair doenças. E aqui, não estamos falando só de câncer, estamos considerando todas as possibilidades.

O hábito de fumar aumenta em 40 vezes a chance de desenvolver câncer de pulmão. Entre 80% e 90% dos casos de câncer de pulmão estão associados ao consumo de tabaco.

Outro tipo de câncer relacionado ao tabagismo é o câncer de bexiga, um dos mais agressivos e letais tumores malignos. Fumantes têm uma chance 440% maior de desenvolver o câncer de bexiga, enquanto ex-fumantes têm 250%. O tabaco contém agentes cancerígenos, que são excretados pela urina, passando por todo o sistema urinário.

Além desses, o tabagismo constitui fator de risco para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia e brônquios, segundo o INCA.

No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência à nicotina.

A ideia aqui, além de assustar, é refletir e desenvolver prevenção, evitar que se formem novos fumantes. Não fumar em ambientes fechados, nunca na presença das crianças, conversar com elas sobre os perigos do cigarro. A conscientização é a melhor maneira de mostrar que fumar não é bonito, não acalma e tem que ser encarado como vício.

“Se você quer parar de fumar, primeiro é preciso lembrar que cada um de nós faz a sua própria história. O poder está com você, você decide, você faz acontecer. Assim é preciso organizar o ambiente para que as coisas saiam conforme o planejado, é muito importante abrir o jogo com quem convive com você, é preciso avisar que você está nesse caminho e quer apoio. Caso você conviva com outros fumantes, delicadamente sugira que ele experimente deixar o cigarro também!” essa é apenas uma das sugestões da Ana Lucia Lopes, coordenadora do Grupo anti-Tabagico do Hospital Universitário da USP.

Hoje, muitas cidades, contam com grupos de apoio, ligados às Secretarias de Saúde, para o combate ao fumo.

Desafio

Caso você ainda fume, principalmente se você for paciente oncológico ou de outra patologia crônica, lançamos aqui o desafio do próximo cigarro!

Não queremos que você pare, apenas não fume o próximo cigarro!

Quando aquela vontade de fumar aparecer, espere 5 minutos antes da primeira tragada. Assim, é possível que você consiga diminuir a cada dia o número de cigarros até que quando você perceber, já parou!