Dica de paciente para paciente

Hormonioterapia Adjuvante: como lidar?

Essa é uma ótima pergunta e eu já respondo: não sei. 😛

Primeiro, um resumo rápido: o que é hormonioterapia?

A hormonioterapia é o tratamento do câncer de mama com receptores hormonais positivos e costuma ser utilizada para ajudar a reduzir o risco de recidiva da doença. Geralmente, é administrada por 5 anos e também pode ser usada para tratar a recidiva da doença, ou um câncer de mama avançado.

Eu tive câncer aos 25 anos e, por causa da minha idade, faço tratamento com Zoladex e Tamoxifeno, para diminuir ao máximo minhas chances de recidiva. Estou tomando esses remédios desde o fim da minha quimioterapia, há um ano atrás.

Não tenho conhecimento científico para falar sobre a eficácia, riscos e etc, mas posso falar sobre minha experiência com eles. À princípio, fiquei bem confusa, principalmente por conta do Zoladex, que faria mais efeitos no meu corpo, como a interrupção da minha menstruação. Depois de um tempo tomando, confesso que estou mais tranquila, apesar de ainda não conseguir compreender direito o que está mudando no meu corpo.

Não sinto nenhum dos sintomas que costumam ser relatados e, tirando a chatice de tomar injeção todo mês, a vida segue normal. Apesar disso, vejo alguns padrões de comportamento do meu organismo mudando, como uma dificuldade de perder peso que nunca tive antes na minha vida.

Apesar de sempre mencionar isso com meus médicos, nenhum consegue me dar uma resposta satisfatória além de “isso é comum”, “precisa fazer dieta” ou “tem que fazer exercício”, como se isso não fosse óbvio. A empatia dos médicos (ou falta de) é o que mais me incomoda em todo esse processo e, apesar de já ter ido em diversos médicos diferentes, ainda não encontrei um que me deixasse segura e realmente me ajudasse com os efeitos colaterais que não são tangíveis e diagnosticáveis.

Desde então, venho procurando outras maneiras de cuidar do meu corpo, como uma alimentação vegetariana, prática de exercícios que ajudem também no meu estado mental (como a yoga), drenagem linfática e outras tentativas de mudanças de estilo de vida. Acredito que esses fatores tem sido protagonistas no meu processo de remissão e indico que, caso você esteja passando pelo mesmo, procure outras maneiras de se sentir acolhida e tratada.

Vejo pouquíssima gente falando sobre as dificuldades dos tratamentos com hormonioterapia, inclusive, foi uma dificuldade enorme pensar no que seria interessante de escrever nesse texto.

Então fica outra dica, compartilhem suas experiências!

Aqui no SuperAção, podemos ver como as experiências de outras pessoas podem nos ajudar na nossa caminhada para a cura, então valorizem o que vocês passaram ou estão passando e dividam isso com o mundo, seu conhecimento pode ajudar muitas pessoas a lidar com seus problemas.

Por isso, deixo aqui meu e-mail (nathaliaoam@gmail.com) e, caso você esteja fazendo hormonioterapia e se sinta de alguma forma representada nesse depoimento, fique a vontade para vir falar comigo! Não precisamos passar por nada sozinhas.

Desafio

Vamos fazer uma auto-análise?

Faça uma lista com todas as mudanças que você observou desde o início da sua hormonioterapia (ou qualquer outro tratamento).

Em seguida, faça uma lista do que você pode fazer para diminuir o impacto dessas mudanças no seu dia-a-dia! Essa mudanças podem ser pequenas, progressivas… o importante é mapear coisas que você possa tangibilizar e evoluir com o tempo.

A última etapa exige mais esforço e determinação: COLOQUE-AS EM PRÁTICA!

*Veja também 10 dias para quimioterapia e como lidar com o medo da recidiva do câncer!